Criada em data ainda por precisar a Accademia della Sacra Corona di Portogallo, também denominada Regia Accademia di Portogallo, ou, mais simplesmente, a Academia de Portugal em Roma, funcionou até 1728, momento em que por viada interrupção das relações diplomáticas entre Portugal e a Santa Sé, se registou o seu encerramento.
Com este livro pretende-se apresentar, de forma crítica, o que já é conhecido sobre a academia nacional de Roma ao tempo de D. João V e procurar trazer novidades, sobretudo quanto aos seguintes aspectos: cronologia, espaço e funcionamento, identificando especificidades, eventuais semelhanças e dissemelhanças relativamente a outras academias nacionais estabelecidas na cidade pontifícia.
Porque se nos afigura sempre relevante a publicação e o estudo de fontes, optámos por transcrever e apresentar na íntegra um inventário que nos revela o palácio romano da via di Campo Marzio, onde durante pouco menos de uma década funcionara a Academia de Portugal, ainda que já esvaziado dos seus ocupantes e de parte do seu recheio. Conservado nos fundos da Biblioteca da Ajuda, o manuscrito, redigido em Maio de 1728, conduz-nos efectivamente por um edifício vazio (todos os portugueses não residentes em permanência na cidade pontifícia haviam recebido, no precedente mês de Março, ordem para abandoná-la, no seguimento da interrupção das relações diplomáticas) mas permite extrair ilações que, do nosso ponto de vista, contribuem para o melhor conhecimento da instituição fundada pela Coroa, a qual foi a primeira academia nacional a ser criada na Urbe após aquela francesa, instituída em 1666 por vontade do Rei Sol.