O poder das imagens no trabalho de historiadores da arte, museólogos, conservadores , restauradores, colecionadores ou mesmo de antiquários e outros agentes do mercado de arte, essencial ao serviço de um método comparativo, mas também como documento de prova, ganha uma nova dimensão com a fotografia.
Ciente das suas potencialidades, José de Figueiredo (1872-1937) irá, deste logo, fazer uso do novo recurso para desenvolver e fundamentar as suas investigações, assim como para estimular o debate em torno da arte e do património nacionais. É, porém, no âmbito do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), quando assume a sua direção, em 1911, que a fotografia se afirmará, não apenas como importante ferramenta operativa da história da arte e da museologia, possibilitando comparações, estudos à distância, completar inventários ou divulgar coleções, mas como instrumento da conservação e restauro, facultando elementos de prova, detalhes técnicos e/ou artísticos que, através de diferentes radiações do espetro eletromagnético, permitem, mesmo, alcançar o invisível.
A constituição de um arquivo fotográfico de arte, a par de uma biblioteca especializada, e, mais tarde, a construção de um laboratório de fotografia e de uma oficina de restauro junto das coleções, ocuparam, assim, lugar de destaque no projeto museológico de Figueiredo, para cuja concretização se fez circundar dos mais distintos profissionais e guiar pelos que considerava serem os melhores e mais modernos exemplos europeus.