A travessia dos grandes rios é, desde a Antiguidade, um dos maiores desafios ao progresso dos povos. O rio Tejo em Lisboa é disso exemplo paradigmático. Como o estuário é muito largo e as condições de fundação são difíceis, só em 1876 surgiu a primeira proposta para uma ponte em Lisboa. Contudo, não teve seguimento, tal como outras que se lhe seguiram. Em 1951 foi construída em Vila Franca de Xira, a Ponte Marechal Carmona, a qual constituiu a primeira travessia do Tejo na região de Lisboa. Em 1966 foi então construída uma ponte em Lisboa, no corredor Alcântara-Pragal (Almada); inicialmente denominada Ponte Salazar, foi, em 1974, redenominada Ponte 25 de Abril. Em 1998 foi construída a Ponte Vasco da Gama, ligando a zona de Sacavém à península do Montijo, associada à construção da 2ª fase da Ponte 25 de Abril. Pouco depois, em 2007, foi construída no Carregado a Ponte da Lezíria, pelo que são atualmente quatro as travessias do Tejo na região de Lisboa. No início dos anos 2000, no âmbito dos chamados “Grandes Projetos”, foi equacionada a construção de uma nova travessia em Lisboa, contudo, acabou por nada ser feito. Pior, o país entrou numa situação de grande fragilidade económico-financeira, tendo agora grandes limitações para a realização de investimentos em obras públicas. Numa altura em que está em preparação o PNI2030, este livro, além do historial da travessia do Tejo na região de Lisboa, apresenta uma reflexão sobre o seu futuro, nomeadamente, possíveis soluções técnicas e modelos de financiamento, bem como propostas de novas travessias, de modo a dar resposta aos constrangimentos atuais e às necessidades futuras.